“NÓS ESTAMOS TODOS JUNTOS NISSO” é uma frase que o ator e produtor repetirá pelo menos três vezes ao longo da nossa entrevista, para a qual me pediu para focar mais na sua parte ativista e socialmente comprometida do que no seu trabalho artístico. Embora tenha acabado de se saber que ah Canadádirigido por Paulo Schrader e estrelando ele e o jovem Jacob Elordivai competir na próxima edição de Cannes, tira todo o peso que pode da sua atuação e considera isso apenas um vetor em busca do humanitarismo desde que uniu suas forças criativas com Overman em 2014.
—Você assiste filmes ultimamente?—A verdade é que não saímos muito. Temos três filhos pequenos. Uma criança de 11 anos, uma criança de cinco anos e uma criança de quatro anos. Então, por volta das nove e meia da noite, estamos todos dormindo. Se assistirmos alguma coisa, será na grande televisão que temos em casa.
—Mas você está sabendo das estreias? Você recebe links para novos trabalhos de seus amigos ou eles apenas consomem as plataformas de transmissão?
—Bem, nós pegamos o examinadores da Academia ao aplicativo, então assistimos todos os grandes filmes dessa forma.
—Você já checou o seu?
-Não, nunca. Quando terminamos o filme, não o assisto novamente. Tenho um pouco de vergonha de me ver na tela e não gosto muito de me olhar.
—Você nem os vê com Alejandra ou Homer?
—Não, nenhum deles viu muitos dos meus filmes.
—Então seu filho não tem ideia do calibre de estrela que você é?
—Ele não entende. E também é muito difícil para ele me ver na tela porque, mesmo que eu interprete um personagem extremo, ainda sou o pai dele e é difícil para ele entrar na história. Acontece que ele começou a atuar também. De repente, ele ficou interessado e parece gostar disso. Ele tem escrito e dirigido pequenos filmes, então temos essa novidade em comum.
—Ele também tem talento para música como você? [Gere toca varios instrumentos y comenzó destacando como músico antes de dedicarse a la actuación].
-Sim! E isso saiu dele também. Uma das regras da minha casa é que você tem que escolher um instrumento e aprender a tocá-lo, então ele começou a tocar piano quando era criança. Ele estudou dois anos e depois desistiu, mas eu insisti que ele tinha que tentar outra coisa e ele mudou para bateria, o que também não durou muito. Porém, há alguns anos ele começou a tocar com seu próprio grupo na faculdade e agora é vocalista de uma banda punk.
A SESSÃO com fotógrafos italianos que vivem nos Estados Unidos Luigi e Iango Foi um dos poucos que o ator atuou nos últimos anos. Ele “se divertiu”, como confessa. “Nossa experiência com os fotógrafos foi muito boa. Além disso, como trabalham no apartamento, têm uma energia muito boa”, conta Alejandra, também no Zoom, uma semana depois da minha entrevista com Gere. E continua: “Você viu um e outro se alternando para tirar fotos, entrando e saindo. ‘Para onde vão, o que estão fazendo?’, nos perguntamos. Só no final, depois das quatro horas que estivemos lá com eles, é que nos disseram que tinham cozinhado para nós. Eles se revezaram e montaram uma mesa. Eles também tinham lá o cachorro deles, que é fofo, e ele sentava como se fosse um deles, como se fosse parte da família.
No começo eu não entendi nada, pois não tinham me avisado que íamos para uma casa, e quando cheguei um pouco depois do Richard, fiquei super desconcertada até que de repente vi meu marido com uma aba bem larga chapéu e casaco com lapelas levantadas como se fosse um detetive. Eu realmente não entendi nada e, enquanto os cumprimentava, perguntei o que lhe haviam dado. Além disso, a música tema de Succession estava tocando, tudo muito engraçado. Mesmo assim, ou talvez por isso, não vi Richard tão confortável ou tão solto em uma sessão desde que o conheci.”
UM DOS MELHORES amigos de Gere era o fotógrafo Ritts de ervasque morreu de AIDS em 2002, explica-me Alejandra. “Ele era um grande fashionista”, enfatiza. Richard é muito modesto e nunca comenta sobre isso, mas Herb realmente começou a se destacar quando tirou fotos dele, principalmente uma em um posto de gasolina, com um cigarro na boca, parado com as mãos atrás do pescoço e um carro atrás ele. .
Um que me parece supersexy; um pouco brega, mas sensual. Pois bem, assim que saímos da sessão, Richard me confessou a grande ligação que sentiu com Luigi e Iango. ‘Nunca tinha encontrado fotógrafos com quem me sentisse tão confortável desde que meu amigo morreu’, ele veio me contar, e isso me deixou muito feliz, porque Richard fala muito sério. Quando me fotografaram você o viu encantado, sentado em uma cadeira. Eu ficava falando para ele: ‘Venha, vamos fazer um juntos. Achei que íamos trabalhar juntos’, e ele repetiu: ‘Não, não, não, não, não… Continue com ela, ela é espetacular!’ A verdade é que nos divertimos.”
Apesar de ter sido um ícone da moda na década de oitenta, com sua inesquecível aspecto por Armani em Gigolô AmericanoGere não parece muito interessado em moda. “Não tenho nenhuma relação com moda”, ele me confessa ao tocar no assunto. “Nunca tive e nem me importo. Isso não me impede de apreciar um tecido bonito ou um suéter, claro. Tenho um de caxemira, uma camiseta, jeans e calça de moletom, nada de especial… mas não tenho senso de moda. Eu disse aos fotógrafos que tentaria qualquer coisa que eles propusessem, mas até certo ponto. Eu os avisei que se eu me sentisse ridículo em relação a alguém olhar “Eu não usaria, mas eles queriam brincar e tentamos algumas coisas diferentes, embora eu sempre prefira que as roupas sejam invisíveis”.
Sua esposa confirma: “A moda dele sou eu. Compro as roupas dele porque é verdade que ele não se interessa. Sempre temos na cabeça o personagem que ele projeta em seus filmes, tão elegante, e não é que ele seja a antítese, mas é verdade que ele se sente confortável e precisa de muita ajuda para encher seu armário. Muitas vezes ele me diz que não precisa de tanto, mas eu tenho que dizer que ele só tem duas camisas. Para ele a questão das compras é meio que um cabo de guerra, embora ainda goste de pegar coisas para mim ou dar sua opinião quando vamos a algum evento. ‘Espere, não use esse. Coloque aquele outro. E há momentos em que ele gosta de roupas dos filmes que faz, roupas de Armani, Brioni, Loro Piana… Ele sempre tende a guardar alguma coisa como lembrança.”
ANTES DE MANTER Em ambas as conversas com o casal, pude perguntar opiniões sobre Gere a diversas pessoas que trabalharam com ele ao longo de todos esses anos em seu trabalho como ativista; pessoas como o presidente da Campanha Internacional pelo Tibete, Tencho Gyatsoque destaca o seu trabalho fundamental para elevar o perfil da organização: “Ele contribuiu enormemente para o cumprimento da nossa missão de preservar a cultura tibetana”; o Laura Lanuza, porta-voz do grupo humanitário Open Arms, que trabalha em estreita colaboração com o seu fundador, Oscar Campos. Ao ouvir seu nome, Gere me interrompe:
—Se você tentou falar com Oscar, deve ter notado que ele está um pouco ocupado ultimamente ajudando em Gaza. Falei com eles anteontem sobre seu trabalho incrível trazendo comida para a zona de conflito com o chef José Andrésque também é meu amigo [dos semanas después de tener nuestra conversación, siete personas del equipo de José Andrés perdieron la vida en la zona de conflicto a manos israelíes]. A crise que está acontecendo lá é horrível. Podemos encontrar culpados em todo o lado, mas o que está a acontecer aos civis é desolador; Há mulheres, crianças e idosos que estão apenas tentando passar o dia, como qualquer um de nós. Acho que se há algo que possamos fazer para ajudá-los, devemos fazê-lo. Por isso estou muito grato a José Andrés, que aparece sempre que há uma crise em qualquer região do mundo. Sou um grande fã dele e o considero meu amigo. A Open Arms também vem fazendo coisas extraordinárias há uma década. Vocês, espanhóis, deveriam estar orgulhosos de ter esses dois heróis. Eles são pessoas realmente especiais.
