Os depoimentos de Mauro Cid, ouvido por mais de nove horas pela Polícia
Federal, e do ex-comandante do Exército Marco Antônio Freire Gomes complicam
cada vez mais a situação de Jair Bolsonaro
ao reforçar a ligação do ex-presidente com a trama golpista.
Ex-comandante do Exército Marco Antônio Freire Gomes – Foto: Reprodução/Romério Cunha/VPR |
Bolsonaro está perambulando pelo país fazendo pose de vítima e produzindo
declarações que insinuam, embora a PF continue dando corda a Cid, que há pouca
força nesse inquérito sobre a tentativa de golpe de Estado.
Mauro Cid passou nove horas esmiuçando os segredos que ele tem para contar.
Ninguém passa tanto tempo diante de um delegado impunemente. Tomado pela
extensão, esse depoimento do Cid seguiu o padrão da inquirição do Freire
Gomes.
Cid e Freire Gomes estão apertando o nó no pescoço do Bolsonaro. Quem desdenha
e brinca da corda, como Bolsonaro está fazendo, precisa entender de nó. Esses
dois oficiais do Exército estão dando à PF elementos para que esse nó seja
apertado.
Para Josias, os longos depoimentos de Cid e Freire Gomes sugerem um alto nível
de detalhamento sobre o envolvimento de Bolsonaro e de aliados na tentativa de
golpe de Estado. O que vem por aí não é boa coisa para o Bolsonaro. Significa
dizer que pode ser uma boa coisa para o país, porque o inquérito se encaminha
para o indiciamento, que resultará na denúncia, que muito provavelmente virará
ação penal e dali sairão as sentenças.
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