Nesta terça-feira, 9, o presidente francês,
Emmanuel Macron, designou o ministro da Educação,
Gabriel Attal, como primeiro-ministro. Attal, nascido em 1989, assume como o mais jovem a
ocupar tal posição e também como o primeiro a se declarar abertamente gay.
A sucessão de Attal se dá após a renúncia de Élisabeth Borne,
ex-primeira-ministra, ocorrida na segunda-feira, 8. A reestruturação no
governo francês ocorre num momento em que Macron busca impulsionar seu segundo
mandato, antecipando-se às eleições para o Parlamento Europeu no final deste
ano.
Quem é Gabriel Attal
O ex-ministro da Educação, nascido em Hauts-de-Seine, em 1989, já desempenhou
diversas funções, incluindo porta-voz do governo e ministro de contas
públicas.
Inicialmente vinculado ao Partido Socialista em sua carreira, Attal migrou
posteriormente para o partido de Macron, de orientação centrista, agora
conhecido como Renascimento.
Renúncia de Borne
Élisabeth Borne renunciou ao cargo de primeira-ministra na segunda-feira, após
dias de especulações fervilhantes sobre uma remodelação no governo.
A mudança ocorre cinco meses antes das eleições para o Parlamento Europeu, em
meio às expectativas de ganhos expressivos para políticos de extrema direita e
anti-União Europeia. Esse contexto reflete o descontentamento público
generalizado, relacionado aos crescentes custos de vida na Europa e à
ineficácia dos governos europeus em conter a imigração.
Macron, responsável por reformas controversas no último ano, como o aumento da
idade de aposentadoria de 62 para 64 anos e modificações nas leis de
imigração, busca revitalizar seu segundo mandato antes das eleições para o
Parlamento Europeu em junho e dos Jogos Olímpicos de Paris em julho.
Pesquisas de opinião indicam que o atual presidente ocupa a segunda posição,
ficando atrás da líder de extrema direita, Marine Le Pen, por oito a 10 pontos
percentuais antes da votação de junho.
No sistema francês, o presidente nomeia o primeiro-ministro, que não pode ser
demitido do cargo, tornando necessária a solicitação de sua renúncia. Macron
agradeceu a Borne por seu “trabalho exemplar em prol da nação”.
Na carta de demissão, Borne afirmou que era “mais necessário do que nunca
continuar as reformas” conduzidas pelo governo, deixando claro que a decisão
de partir não partiu dela.
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