O tenente-coronel
Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, prestou um depoimento
de nove horas à Polícia Federal nesta segunda-feira. Cid, que tem um acordo de delação premiada assinado no ano passado com a
PF, manteve a postura de colaborar com as investigações e confirmou à PF o
teor de seus depoimentos anteriores.
Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro. – Foto: Reprodução/Geraldo Magela/Agência Senado |
Esses depoimentos envolvem o ex-presidente em um plano de golpe articulado
após a derrota nas eleições para tentar impedir a posse do presidente Lula. De
acordo com fontes que acompanham a investigação, Cid apresentou novos
esclarecimentos em relação às lacunas apontadas pela PF em seus depoimentos
anteriores, dando mais detalhes sobre o envolvimento de militares nesses
planos golpistas.
Cid chegou à sede da PF em Brasília ontem por volta das 15h. O depoimento
durou até pouco mais de 0h. No capítulo de sua delação que aborda o plano de
golpe, Mauro Cid contou à PF que o ex-assessor Filipe Martins apresentou a
Bolsonaro, em novembro de 2022, uma minuta de um decreto golpista com o
objetivo de convocar novas eleições e prender adversários.
Os então chefes do Exército, Freire Gomes, e da Aeronáutica, Carlos Baptista
Júnior, manifestaram-se contra o plano de golpe. Com isso, a iniciativa não
foi adiante. Os dois confirmaram em depoimento à PF as tratativas golpistas de
Bolsonaro.
O teor do interrogatório está sob sigilo. Os benefícios só serão definidos ao
final das investigações, depois que a PF avaliar qual foi a eficácia das
informações prestadas por Cid para o avanço das investigações.
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