Em meio à tensão envolvendo Brasil e Israel por conta de declarações de Lula
sobre Gaza,
a Força Aérea Brasileira (FAB) vai pagar R$ 86 milhões, em contrato firmado
por inexibilidade de licitação, a uma empresa israelense. A Israel Aerospace Industries LTD cuidará da manutenção de duas aeronaves
remotamente pilotadas modelo Heron-I.
Força Aérea Brasileira – Fonte: Reprodução/Força Aérea Brasileira (FAB) |
As duas aeronaves Heron-I foram compradas pela Polícia Federal (PF) em 2009
por R$ 27 milhões, em um programa de vigilância que foi encerrado depois de
mais de R$ 150 milhões em despesas. Entre 2011 e 2016, as aeronaves voaram
apenas mil horas das 40 mil horas previstas pelo programa. Elas ficaram
guardadas em um galpão na cidade de São Miguel do Iguaçu, no Paraná, entre
2016 e 2019, quando foram doadas à FAB e incorporadas, em 2020, ao Primeiro
Esquadrão do Sétimo Grupo de Aviação, chamado Esquadrão Orungan.
Em 2021, a FAB adquiriu duas aeronaves não tripuladas Hermes 900, usadas pelo
Esquadrão Hórus¹. Atualmente, os Heron-I são usados por mais de 20 países e
missões de inteligência, vigilância e reconhecimento.
Os drones são equipados com câmeras de alta resolução com capacidade para
atuar em longas distâncias mesmo à noite ou com pouca luz. Eles podem voar em
grandes altitudes e acompanhar rotas aéreas usadas para o tráfico de armas e
drogas, com características que dificultam sua visualização a partir da terra.
Pelo acordo com a FAB, a PF ainda pode usar os Heron-I em suas operações. Em
contato com a coluna, a FAB informou que a contratação da empresa israelense,
fabricante das aeronaves, prevê a manutenção e fornecimento de peças.
O valor total do contrato para os serviços é de R$ 86,1 milhões, a ser
empenhado conforme orçamento disponível e necessidade, e inclui suporte para
manutenção durante um período de 58 meses, cobrindo 2.417 horas de voo,
visitas técnicas, revisão (overhaul) de motores e fornecimento de componentes.
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