Fáscia: A Parte Frequentemente Negligenciada do Corpo que Agora Ganha Destaque

Escrito por Manfrine Melo
em 10 de Janeiro, 2024

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Constantemente nos lembram dos benefícios do exercício para a saúde óssea e
muscular, assim como a redução de gordura. Contudo, há um interesse crescente
em um elemento muitas vezes esquecido em nossa anatomia: a fáscia.

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Fáscia: como a parte mais negligenciada do corpo passou a receber
atenção —
Foto: GETTY IMAGES via BBC

A fáscia é um invólucro fino de tecido conjuntivo, predominantemente composto
por colágeno – uma estrutura semelhante a uma corda que oferece resistência e
proteção a diversas áreas do corpo. Ela envolve e sustenta órgãos, vasos
sanguíneos, ossos, fibras nervosas e músculos. Os cientistas estão cada vez
mais reconhecendo sua importância na saúde muscular e óssea.

Visualizar a fáscia no corpo é desafiador, mas pode-se ter uma ideia
observando um bife. As finas listras brancas na superfície ou entre as camadas
da carne são a representação da fáscia.

A fáscia desempenha funções gerais e específicas no corpo, organizando-se de
diversas maneiras. Próxima à superfície, temos a fáscia superficial, abaixo da
pele, entre camadas de gordura. Em seguida, a fáscia profunda cobre músculos,
ossos e vasos sanguíneos.

A conexão entre a fáscia, a saúde e a função muscular e óssea é destacada por
estudos recentes, revelando seu papel crucial na contração muscular,
influenciando a rigidez muscular.

Cada músculo está envolto em fáscia, permitindo que músculos próximos movam-se
livremente sem afetar uns aos outros.

A fáscia também facilita a transição de força no sistema músculo-esquelético,
como no exemplo do tornozelo, onde o tendão de Aquiles transfere força para a
fáscia plantar.

Uma transição semelhante ocorre nos músculos do tórax, descendo até grupos
musculares no antebraço. Cadeias de conexão pela fáscia são observadas em
outras áreas do corpo.

Quando a fáscia é danificada, como após uma lesão, torna-se menos eficiente em
facilitar o movimento ou transferir força. A reparação da fáscia é demorada
devido às células semelhantes aos tendões e ao suprimento sanguíneo limitado.

Estudos recentes revelaram que a fáscia, especialmente nas camadas
superficiais, possui o segundo maior número de nervos depois da pele. Lesões
na fáscia estão associadas à dor pós-cirúrgica e musculoesquelética, afetando
até 30% das pessoas com dor nesses casos.

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Uma das tendências crescentes para ajudar nas lesões musculoesqueléticas
é a fita Kinesio, muito usada por atletas profissionais — Foto: GETTY
IMAGES via BBC

A manipulação da fáscia, desenvolvida pelo fisioterapeuta Luigi Stecco na
década de 1980, mostrou melhorias na dor da tendinopatia patelar e na dor
crônica no ombro.

A fita Kinesio, popular entre atletas profissionais, é uma tendência para
tratar lesões musculoesqueléticas, complementando a função da fáscia e
aliviando dores lombares crônicas.

Além de danificada, a fáscia pode ser um caminho para infecções nos músculos.
Espaços entre camadas fasciais, geralmente fechados, tornam-se vias para
germes durante uma infecção.

Doenças como a fascite plantar, afetando 5-7% das pessoas (22% em atletas),
destacam os desafios causados pela disfunção da fáscia. A fasciíte necrosante,
uma infecção grave, pode se espalhar pelo corpo através da fáscia, exigindo
cirurgia em casos graves.

Recentemente, avanços em tecnologia de imagem, como ressonância magnética e
ultrassonografia, têm permitido uma melhor visualização da fáscia,
especialmente em condições musculoesqueléticas.

Com o crescente interesse na fáscia e sua contribuição para a saúde
musculoesquelética, é sensato cuidar dela como fazemos com o restante do
sistema. Técnicas simples como o uso de rolos de espuma e alongamentos
beneficiam a mobilidade, mas ainda há muito a aprender sobre nossa fáscia e
seu papel na saúde diária.


*Adam Taylor é professor e diretor do Centro de Aprendizagem de Anatomia
Clínica da Universidade de Lancaster (Inglaterra).


**Este artigo foi publicado no The Conversation e reproduzido aqui sob a
licença Creative Commons.
Clique aqui para ler a versão original em inglês.”

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