Fuga de detentos em massa após ataque a prisão. – Foto: Reprodução/Reuters/Ralph Tedy Erol |
“Foram contabilizados muitos corpos de detentos”, declarou o diretor executivo
da Rede Nacional de Defesa dos Direitos Humanos (RNDDH), Pierre Espérance. Ele
ressaltou que apenas uma centena de presos permaneciam na Penitenciária
Nacional de Porto Príncipe, dos cerca de 3.800 que havia antes do ataque.
Um jornalista da AFP visitou a prisão na manhã seguinte ao ataque e pôde
observar uma dezena de corpos nos arredores do local, alguns deles com marcas
de tiros. No fim da noite do ataque, policiais “tentaram repelir um ataque de
grupos criminosos à Penitenciária Nacional e à prisão Croix des Bouquets. O
ataque a essas prisões deixou presos e funcionários feridos”, informou o
governo do Haiti.
O governo do Haiti denunciou “a selvageria de criminosos fortemente armados
que querem a todo custo libertar pessoas detidas, principalmente por
sequestro, assassinato e outros crimes graves, e que não hesitam em executar
civis e incendiar e saquear propriedades públicas e privadas”.
A embaixada da França no Haiti reportou o ataque, pedindo cautela e que se
evitassem deslocamentos. O Sindicato da Polícia Nacional do Haiti pediu aos
policiais e militares que possuam carros, armas e munições que se dirijam à
prisão para reforçar a segurança.
Entre os presos que escaparam estão “membros importantes de grupos muito
poderosos”, informou o jornal Gazette d’Haïti. Criminosos comuns, líderes de
grupos e os acusados pelo assassinato do presidente Jovenel Moïse, em 2021,
estavam na prisão.
Porto Príncipe está submetida desde esse dia a ataques dos grupos criminosos
que querem a renúncia do primeiro-ministro, Ariel Henry, que está fora da
capital, segundo o Le Nouvelliste.