O líder norte-coreano,
Kim Jong Un, instou seu partido a intensificar os
preparativos para uma possível guerra, abrangendo tanto o programa nuclear quanto as medidas de defesa civil,
conforme relatos da imprensa estatal nesta quinta-feira (28).
Kim Jong-un não quer conversa com Coreia do Sul e EUA e promete revidar caso seja atacado – KCNA/VIA REUTERS |
Esta convocação surge apenas uma semana após Kim advertir que seu país não
hesitaria em lançar um ataque nuclear diante de qualquer provocação envolvendo
armas atômicas.
A questão foi abordada durante a reunião plenária do Partido dos Trabalhadores
da Coreia, que governa a nação, e onde são aguardados anúncios de decisões
políticas para o ano de 2024.
O herdeiro da dinastia comunista exortou o seu partido a acelerar os
preparativos em vários setores, incluindo armas nucleares e defesa civil, de
acordo com a agência de notícias oficial KCNA. Kim assegurou que a situação
militar na Península da Coreia atingiu níveis extremos devido às ações sem
precedentes de Washington.
Países como Coreia do Sul, Japão e Estados Unidos intensificaram a cooperação
militar em resposta à série de testes de armamento realizados pelos
norte-coreanos este ano. Eles também ativaram um sistema para compartilhar
informações em tempo real sobre os lançamentos de mísseis provenientes de
Pyongyang.
Recentemente, um submarino americano de propulsão nuclear chegou ao porto
sul-coreano de Busan, enquanto Washington enviou bombardeiros de longo alcance
para realizar exercícios conjuntos com Seul e Tóquio.
Segundo Pyongyang, o envio de armas estratégicas, como os bombardeiros B-52,
para as manobras conjuntas na Península da Coreia são ações deliberadamente
provocativas dos Estados Unidos, aumentando as tensões em direção a um
possível conflito nuclear.
Neste ano, o Norte lançou um satélite-espião de reconhecimento, reforçou em
sua constituição a condição de potência nuclear e testou com sucesso o míssil
balístico intercontinental (ICBM) mais potente de seu arsenal. Kim declarou
que 2023 foi um ano de conquistas significativas para o país.
A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) informou na semana passada
que um segundo reator da central nuclear norte-coreana de Yongbyon aparentava
estar em operação, uma situação considerada profundamente lamentável.
Para o próximo ano, há especulações de que a Coreia do Norte poderia “deslocar
armas nucleares táticas para áreas próximas à fronteira” com o Sul e
intensificar seu programa nuclear, conforme antecipado por Ahn Chan-il,
desertor que se tornou pesquisador e dirige o Instituto Mundial para Estudos
Norte-Coreanos. Isso seria uma forma de pressionar a Coreia do Sul e os
Estados Unidos, ao mesmo tempo que mantém relações estreitas com Rússia e
China, suas aliadas tradicionais.
Na reunião do partido realizada no final do ano passado, Kim já havia
solicitado um aumento exponencial dos arsenais nucleares do país.
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