Quanto à popularidade de documentários sobre crimes reais e reality shows, há
um apetite generalizado e generalizado por histórias verdadeiras na tela. Há
algo em um filme baseado em uma história real que o diferencia dos demais. Ele
convida os espectadores a ver algo incrível ou de revirar o estômago que
aconteceu com você ou pode acontecer com outra pessoa, o que torna a ficção
ainda mais poderosa.
Reconhecendo esse fato, os cineastas muitas vezes fazem um grande esforço para
“vender” a realidade de suas obras de arte; e as equipes de marketing farão o
possível para promover o filme. Mas essa abordagem borra as linhas entre
ficção e realidade. Entre as representações autênticas de pessoas e eventos
estão vários filmes que não são realmente baseados em uma história completa.
Claro, os cineastas podem se inspirar em um ou dois eventos e adaptá-los para
um filme, mesmo que tenham acontecido em momentos ou lugares diferentes.
No entanto, esses filmes são claramente comercializados como “baseados em
eventos reais”, mas nunca aconteceram da maneira como o filme é retratado. Ao
longo dos anos, eles levaram os espectadores por um caminho de jardim antes de
empurrá-los para um lago. Mas graças a este artigo, você nunca mais será
enganado.
A última casa à esquerda (1972)
Como em Fargo, A Última Casa à Esquerda (The Last House on the Left) começa
com as palavras: “Os eventos que você está prestes a testemunhar são
verdadeiros. Nomes e locais foram alterados para proteger os sobreviventes.”
Mas, como em Fargo, é apenas uma farsa narrativa.
O referido anúncio foi projetado pelo diretor Wes Craven para assustar os
espectadores em algo aterrorizante e implacável, garantindo que eles comprem o
que vier a seguir, especialmente quando se trata de um thriller de exploração
centrado em torno do estupro e assassinato de uma jovem e sua amiga, e a
consequente vingança sangrenta de seus pais.
The Last House on the Left (A Última Casa à Esquerda) empresta muitos traços
estilísticos do formato documental. Ele usa gravação de som no local e câmeras
de mão porque era o pão com manteiga de Craven, era seu primeiro
longa-metragem, e até então ele estava envolvido apenas na produção de
documentários. Mas longe de ser baseado em algo “verdadeiro”, The Last House
on the Left é na verdade um remake solto de The Virgin Spring (1960), de
Ingmar Bergman.
O Horror de Amityville (1979)
O Horror de Amityville (The Amityville Horror) tem uma longa e sinuosa
história no folclore ocidental moderno. Suas raízes estão tão profundas em
nosso subconsciente que (como no Picnic at Hanging Rock) muitos dão como certo
que o filme é baseado em uma história real.
A história fala de George e Cathy Lutz (James Brolin e Margot Kidder) e seus
filhos se mudando para uma nova casa em Amityville, onde são aterrorizados por
forças sobrenaturais que convocam moscas, lodo e sangue para caçá-los. Padres
são recrutados, freiras são mutiladas, e não só uma família inteira foi
assassinada enquanto dormia nesta mesma casa, como também pertenceu a um
satanista do século XVIII.
Ao contrário da maioria dos outros casos de descrença da “história
verdadeira”, este caso não é realmente culpa dos cineastas. E não é culpa do
autor do romance original, Jay Anson. Não, a origem da história de Amityville
está ligada aos Lutz. George e Kathy eram pessoas reais que se mudaram para
uma casa que pertenceu ao serial killer Ronald DeFeo Jr.
Então eles decidiram que poderiam fazer um centavo rápido. Então eles
conspiraram com o advogado de DeFeo, que esperava conseguir um novo julgamento
para seu cliente, e inventou tudo com uma garrafa de vinho: fantasmas, moscas,
padres e muito mais.
Embora haja alguma verdade na história, como os assassinatos reais de seis
pessoas, os elementos paranormais são amplamente discutidos e amplamente
ignorados como pura ficção. Ao longo dos anos, a verdadeira história emergiu
lentamente. Mas a lenda continua viva, assim como a casa, embora tenha sido
reformada e tenha mudado de endereço.
Voo (2012)
Raramente capaz de cativar o público, o diretor Robert Zemeckis é mais
conhecido por filmes familiares emocionantes como De Volta para o Futuro e
Forrest Gump. E, no entanto, o thriller dramático muito mais forte de Denzel
Washington, Flight (Voo), no qual o piloto alcoólatra Whip Whitaker consegue
pousar um avião com defeito e investiga após o fato, foi apresentado
falsamente na mídia como baseado em fatos reais.
Zemeckis mais tarde saiu em uma entrevista para dizer que era “totalmente uma
invenção”, baseada em uma mistura de contratempos e contratempos de décadas
anteriores, que foram reunidos e receberam um tratamento sensacional de
Hollywood.
No entanto, Polet se saiu modestamente nas bilheterias, arrecadando mais de
cinco vezes seu orçamento de produção. Também inspirou outro filme de drama
aéreo: Sally em Tom Hanks conta a história de um piloto da vida real que
pousou um avião no rio Hudson em 2009.
A Bruxa de Blair (1999)
O Projeto Bruxa de Blair (The Blair Witch Project) foi aclamado nos anos desde
seu lançamento por popularizar o gênero found footage do cinema de terror.
Usando câmeras portáteis controladas por atores, conta a história de três
estudantes de cinema: Heather Donahue, Joshua Leonard e Michael S. Williams
(todos eles mesmos) enquanto procuram a lendária Bruxa de Blair em Black
Hills, perto de Burkittsville, Maryland.
De acordo com o filme, todos os três estão desaparecidos, deixando apenas suas
câmeras. A esse respeito, Blair Witch foi além do marketing tradicional de
“história verdadeira”, posicionando o filme após seu lançamento como filmagem
real.
O marketing viral por trás do filme não apenas o tornou um dos primeiros
filmes a ser promovido com uma extensa campanha na internet, mas foi tão
convincente que deixou o público em pânico. Mas sua dualidade não termina aí:
não existe uma Bruxa de Blair real, nenhuma lenda da Bruxa de Blair, e o filme
nem foi filmado em Burkittsville.
Os diretores Daniel Mirik e Eduardo Sánchez tiveram a ideia em 1993, baseados
em seu medo instintivo dos sucessos de baixo orçamento que vieram antes deles.
E, seguindo os passos desses antecessores do filme, eles faturaram cerca de
US$ 250 milhões com um orçamento de US$ 600.000.
Fargo (1996)
A comédia negra de Joel e Ethan Coen, Fargo, de Minnesota, começa com uma capa
em preto e branco que diz “ESTA É A HISTÓRIA VERDADEIRA”. Mas não é, nunca foi
e nunca será.
Fargo conta a história do desafortunado vendedor de carros Jerry Lundegaard
(William H. Macy), que contrata dois criminosos profissionais para sequestrar
sua esposa e extorquir dinheiro de seu sogro (o dono da concessionária de
carros onde Jerry trabalha). deixe-o ser ele mesmo. E com uma pequena ajuda de
uma chefe de polícia grávida (Frances McDormand), absolutamente nada sai
conforme o planejado.
Diz-se que o filme é baseado em eventos que ocorreram em Minnesota em 1987,
com apenas os nomes sendo alterados por motivos de privacidade. Mas os irmãos
Coen acrescentaram um aviso da vida real porque “queriam fazer o filme
exatamente no gênero da vida real.
Você não precisa ter uma história verdadeira para fazer um filme com uma
história verdadeira.” Fargo pode ser visto como uma série de eventos
aleatórios reunidos em um único filme. fingindo ser sincero, a tradição é
muito anterior.
Os Estranhos (2008)
The Strangers (Os Estranhos) foi fundamental para reviver o filme de terror de
invasão domiciliar, popularizando o gênero para uma nova geração e abrindo
caminho para sucessos como a franquia Purge.
Uma narração introdutória e um texto no estilo Texas Chainsaw apresentam os
personagens centrais de Kristen (Liv Tyler) e James (Scott Speedman) como um
casal da vida real cujas férias na casa de verão de sua família em 2005 ficam
escuras quando três estranhos mascarados realizam um ataque mortal à casa.
Mas tal casal nunca existiu. O escritor/diretor Brian Bertino admitiu que
entrelaçou a história com o conhecimento dos assassinatos da Família Manson. O
interesse na história de Manson vem de uma obsessão de infância que começou
quando seu pai lhe entregou Helter Skelter, um relatório do advogado Vincent
Bugliosi sobre os casos de Manson que ele tratou. Bertino afirma ter ficado
fascinado com as experiências das vítimas e se perguntou qual seria sua
história não contada.
Wolf Creek (2005)
“Wolf Creek” é um sucesso adormecido que ainda não acordou, pois foi
amplamente esquecido pelo público em geral, se é que eles já o viram. No
entanto, ainda está no topo das listas dos críticos, como os 65 filmes mais
assustadores de todos os tempos da revista Esquire.
Afirmando corajosamente ser “baseado em uma história verdadeira”, o filme
conta a história de três caminhantes: Liz, Christy e Ben (Cassandra Magrat,
Kestie Morassi e Nathan Phillips), cujo carro quebra no Parque Nacional Wolf
Creek, na Austrália. Um parque. Eles aceitam a ajuda de um local, mas logo
descobrem que sua confiança é perdida quando ele os tortura e os mata em um
jogo mortal de gato e rato.
Embora Ben escape, os cartões de título no final do filme informam aos
espectadores que Liz e Christy nunca foram encontradas. Isso é tecnicamente
verdade, pois Liz e Christy nunca existiram. Nenhum dos eventos de Wolf Creek
aconteceu na vida real, e o diretor e escritor Greg McLean admitiu que seu
vilão foi baseado em uma variedade de pessoas diferentes, incluindo Bradley
Murdoch e Ivan Milat, dois serial killers da vida real.
Ele então pegou alguns australianos conhecidos, como Crocodile Dundee e Steve
Irwin, e os juntou para criar um personagem assassino que retrata a imagem de
um australiano estereotipado ou o que os não australianos consideram real.
risada!
O Massacre da Serra Elétrica (1974)
Aproveitando o sucesso comercial e o culto de seguidores de The Last House on
the Left, que faturou US$ 3 milhões com um orçamento de menos de US$ 100.000,
The Texas Chainsaw Massacre copiou o clima da mensagem de abertura de seu
antecessor com um texto longo e uma narrativa que o acompanha. o filme deve
ser uma história sobre uma tragédia real. Pode parecer chato e banal agora,
mas foi um golpe publicitário que valeu a pena.
Enquanto “The Last Home” trouxe aos espectadores apenas uma hora e meia
agonizante de violência e humilhação, “Texas Chainsaw” deu origem a uma lenda:
Leatherface em pele humana. Foi esse personagem que garantiu a longevidade da
ficção e gerou um total de oito sequências, prequelas e reinicializações.
Infelizmente, ou talvez felizmente, nenhuma dessas histórias é verdadeira. A
história na verdade se originou da frustração do diretor Tobe Hooper com a
multidão frenética durante as compras de Natal em 1972. Aproximando-se da
prateleira de motosserras, ele imaginou abrir caminho entre a multidão para
conseguir o que queria, e o resto é história; ele correu para casa e escreveu
uma interpretação da história de uma só vez.
O Quarto Tipo (2009)
Infelizmente, nem todos os filmes baseados em fatos reais seguem o caminho de
A Bruxa de Blair, e muitos filmes se perdem no tempo, esquecidos pelas
próprias multidões para as quais foram criados. E se alguma vez houve um
exemplo perfeito disso, é o thriller de abdução alienígena equivocado The
Fourth Guy.
O filme começa com Milla Jovovich informando aos espectadores que sua
personagem, a psicóloga Dra. Abigail Tyler, é real e que o filme será exibido
ao lado de reconstituições dramáticas do filme. A “filmagem de estoque” na
verdade se refere à atriz Charlotte Milchard e, embora seja desnecessário
dizer, nem uma única abdução alienígena ocorreu no filme.
Isso apesar do fato de que este filme foi amplamente acreditado para ser
baseado em fatos reais, apoiados por um site falso e histórias falsas
atribuídas a jornais reais.
The Fourth Kind não é apenas um exemplo de campanha de marketing, mas uma
produção inteira indo longe demais para vender o filme como uma história real.
Como resultado, a imprensa do Alasca entrou com uma ação contra a NCB
Universal. Chegou-se a um acordo para impedir que a organização criasse
histórias falsas atribuídas a publicações do Alasca e sites de notícias falsas
para promover seus filmes.
Piquenique em Hanging Rock (1975)
Picnic at Hanging Rock (Piquenique em Hanging Rock) se passa em uma escola
para meninas do início do século 20 na Austrália, onde uma viagem para um
piquenique no Dia dos Namorados resulta no misterioso desaparecimento de três
meninas e sua professora.
Baseado em… histórias supostamente verdadeiras, mas não é. No entanto, sua
lenda é tão difundida que a história transcendeu a cultura popular e se
infiltrou na história popular e social, sendo amplamente, mas imprecisa,
aceita como um evento real.
De acordo com a governanta de Lindsey, Ray Clements, o autor escreveu o
romance em pouco tempo, baseado em um sonho particularmente vívido centrado em
um piquenique de verão em Hanging Rock, que Joan visitou muitas vezes quando
criança. O fato de o local mais importante do filme e do romance ser real só
aumentou o mistério e o senso de folclore que os locais têm para a história,
incentivando-a e apoiando-a ao longo dos anos.
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